FCO.LAMBERTO FONTES
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Atualizada em 23/05
-
Diretas
ou
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, convocou os
comandantes militares, segundo informações de jornais, para ouvir sobre a
crise que vive o país.
O que vazou é que os comandantes e o
próprio ministro teriam concluído que Constituição tem que ser
respeitada.
A Constituição respeitada significa que, numa eventual queda de
Michel Temer, haveria eleição indireta no Congresso para presidente.
Levantamentos apontam que 166 deputados e 28 senadores foram
eleitos com doações registradas da JBS. A superplanilha da Odebrecht tinha
nomes de 279 políticos.
Isso significa que, se for respeitada a
Constituição, não será o povo - através dos parlamentares - que vai eleger
o novo presidente. Serão Joesley Batista e Marcelo Odebrecht. É eleição
indireta só para esses dois senhores. E neste caso, o candidato preferido
de Odebrecht terá mais força.
Qual seria a conclusão?
Pelo que se sabe sobre esses dois
delinquentes, o Congresso não é mais eleito pelo povo. Só foi eleito com
dinheiro pago por esses dois senhores, que continuam comandando seus
parlamentares.
Não é isso, com certeza, que nenhum brasileiro quer. Não
é isso, com certeza, que nem os segmentos que compõem os poderes do
Brasil querem.
O povo não vai aceitar a escolha de um Congresso, que é
desqualificado pelos próprios delatores criminosos, e com parlamentares com
processos e indiciamentos feitos pelo Ministério Público e pela
Justiça brasileira.
Uma eleição direta também poderia não ter um bom resultado.
Mesmo sendo a democracia o regime no qual tem que se respeitar a
vontade do povo, seria constrangedor que algum desses candidatos que
vêm sendo apontados pela Justiça como corruptos pudessem ter sucesso.
Como ficaria a Justiça se houver algum candidato já
indiciado e se, no momento da eleição, ele ter virado réu? Principalmente
levando-se em consideração que o processo para torná-lo inelegível é
lento, podendo não haver tempo para eliminar suas qualificações de
candidato.
Como reagiriam as elites, que vêm de forma violenta exigindo a
punição para muitos desses que poderiam se eleger?
Mas se a democracia é o regime das maiorias, a
quem respeitar? A vontade das elites ou do povo?
Poderíamos até mesmo ser
obrigados a ter a infelicidade de perguntar: a quem respeitar, a maioria
do povo ou a Justiça?
Os desmandos que as instituições vêm
sofrendo, com o próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dizendo que
Brasil vive um estado de "anomia" - coisa que o JB já escrevia em 2012 (É preciso respeitar o Brasil)
- lançam uma pergunta: não existe solução?
E nós perguntamos, por qual segmento?
O empresarial, onde o
presidente da maior Federação da indústria está envolvido em recebimento
de dinheiro em campanha? Vale lembrar que os outros presidentes comandam
instituições que pertencem ao segmento industrial e comercial há mais de
50 anos.
Aos sindicatos, que são acusados muitas vezes de
não colaborarem com o país e sim com a desordem?
Ou imaginemos que a decisão tenha que ser tomada por
qualquer segmento vitorioso num processo não democrático?