sábado, 19 de agosto de 2017

CADÊ AS DECISÕES DA SUPREMA CORTE,???



FCO.LAMBERTO FONTES
Trabalha em JORNALISMO INTERATIVO
Mora em ARAXÁ/MG

1 blogspot, +  3 páginas pessoais no facebook + 1 página no facebook em Jornalismo Denunciador, 
+ postagens em + de  90 grupos diversos no facebook, + twitter, + de 
1.020 blogs e comunidades no google+, + de 476 conexões no LinkedIn. 

18 / 08 / 2017


Ribamar Fonseca


“Bem aventurados
os que são perseguidos
pela Justiça”



O PJ (Partido da Justiça), que faz oposição escancarada a Lula sob os olhares complacentes do Supremo, é muito maior do que a princípio se imaginava, não estando restrito apenas ao pessoal da Operação Lava-Jato e ao TRF-4. Integrantes desse partido clandestino também já se revelaram em Brasilia, em São Paulo e na Bahia. 

Para eles o ex-presidente operário é o inimigo, não exatamente adversário, e, para derrotá-lo, vale tudo, até mesmo proibi-lo de receber títulos honoríficos e doações em dinheiro porque, já que não temos pena de morte, o jeito é matá-lo de fome, impedindo-o de ter recursos que lhe permita adquirir o mínimo para a sua subsistência. 

O juiz Sergio Moro, que sequestrou todos os seus bens sem justificativa legal – um ato de perseguição explícita  que somente os ministros do STF não enxergam – se descobrir que ele tem um cofrinho de cerâmica para guardar moedas talvez o confisque também. A perseguição é tão ostensiva  que, se pudessem, o proibiriam até de respirar, alegando que ele estaria prejudicando outras pessoas necessitadas de oxigênio. 

Enquanto malas de dinheiro circularam sob as lentes das câmeras da Polícia Federal, conduzidas por prepostos de Temer e Aécio – que estão soltos porque provavelmente eram os únicos que não sabiam o que havia dentro delas – a Justiça de Brasilia tenta descobrir em velhos processos do antigo “mensalão” algo que possa incriminar Lula. 

Ao mesmo tempo, um juiz de São Paulo, Felipe Albertini Nani Viaro, da 26º Vara Cível, tenta impedir que Roberta Luchsinger, herdeira de um ex-acionista do banco Credit Suisse, doe R$ 500 mil ao líder petista, compelindo-a a pagar uma dívida de R$ 62 mil a uma loja paulista. Em sua decisão, coincidentemente justo no momento em que a moça anunciou a doação a Lula, o diligente magistrado a advertiu de que “deverá abster-se de qualquer ato de disposição graciosa dos bens até que pague a integralidade da dívida". 

Em resposta, Roberta postou em seu Facebook: 

"Acho que a partir de agora, baseado na decisão do juiz que quer me impedir de doar para o Lula, confirmando assim a perseguição contra o presidente,  deveria  ser proibida qualquer doação a quem quer que seja”. Ela decidiu, agora, dobrar a doação ao ex-torneiro mecânico.

Por sua vez, o juiz Evandro dos Reis, da 10a. Vara Federal Cível da Bahia, determinou a suspensão da cerimonia de entrega do título de Doutor Honoris Causa a Lula, concedido pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), marcada para esta sexta-feira em Cruz das Almas. O magistrado, que atendeu a um pedido de liminar do vereador Alexandre Aleluia, do DEM (que provavelmente não tem o que fazer na Câmara do Municipio) deu um despacho confuso e ininteligível, dizendo que a realização da solenidade “frustra a prestação jurisdicional, porquanto, acaso procedente a pretensão, não será possível retroceder no tempo para desconstituir a solenidade”. 

Alguém entendeu? 

Mas isso não importa, porque o que interessa mesmo é impedir o ex-presidente de receber qualquer coisa, inclusive um  título honorífico.  Mas não ficou só nisso: o juiz também oficiou à Policia Federal para adotar as “medidas cabíveis” caso sua decisão fosse descumprida. A que ponto chegou a Justiça no Brasil, proibindo até a concessão de títulos honoríficos! Mas não adiantou, porque o povo baiano quis que ele recebesse. 

Ao mesmo tempo em que magistrados se empenham na perseguição a Lula, deixando de lado tarefas mais compatíveis com os seus deveres, o país, estarrecido, toma conhecimento de que tem muitos juízes ganhando rios de dinheiro de salário. 

Só um juiz de Mato Grosso, Mirko Vincenzo Gianotte, recebeu neste mês de agosto R$ 500 mil, uma bolada que incluiu salário, indenizações, vantagens e gratificações, ultrapassando em muito o teto determinado em lei, que é de R$ 33.700, o salário de um ministro do STF. 

Segundo essa lei, nenhum servidor público pode ganhar mais do que isso. 

O jornalista Carlos Sardenberg, da Globo, além de criticar duramente o comportamento desses magistrados em sua coluna, mostrou-se surpreso porque a lei “é mais descumprida justamente pelos servidores cuja função é zelar pelo seu cumprimento – procuradores e juízes”. 

O jornalista Reinaldo Azevedo, por sua vez, criticou o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da Lava-Jato, informando em sua coluna que somente no ano passado ele recebeu R$ 137 mil em diárias. E acrescentou que dava esses número “no esforço de que esses procuradores sejam vistos por aquilo que são: funcionários que ganham os maiores salários da República, que recebem privilégios só equiparáveis àqueles de que dispõem os juízes e que não têm razão nenhuma para posar como os heróis sem interesses ou os mártires da República". 

Mas a coisa não fica por aí. 

Os juízes de Pernambuco foram beneficiados por uma decisão do Tribunal de Justiça daquele Estado, que aprovou um pedido da sua associação de classe para que recebessem auxilio-alimentação durante as férias, com efeito retroativo, o que, segundo cálculos de um desembargador que votou contra, atingiu o montante de R$ 7 milhões. 

Em nota em que comemorou a decisão, a Amepe (Associação dos Magistrados de Pernambuco)disse que foi feito justiça. “A Amepe – diz a nota – entende que não há nenhuma ilegalidade, pelo contrário, foi reparada uma injustiça em relação a esse benefício, que, inclusive, é concedido a todos os trabalhadores que recebem vale ou auxílio alimentação”. 

Alguém precisa dizer àquela associação que os trabalhadores que recebem vale ou auxilio-alimentação não ganham de salário nem um quinto do que percebem os magistrados, sendo essa ajuda um importante complemento para a sua subsistência. 

E o juiz Sergio Moro deixa Lula a pão e água.

Pelas decisões do PJ não é difícil perceber que Lula, com a sua luta em defesa dos mais pobres,  incomoda muita gente. Mas por que tanto ódio a ele? O que foi que o ex-torneiro mecânico fez para despertar tamanho ódio entre magistrados dos mais diferentes lugares do país? Por que tanta perseguição? 

Por que o Supremo e o CNJ não fazem nada para impedir tamanha injustiça? 

Aos que acreditam que a vida termina com a  morte do corpo físico lembramos que, na verdade, a vida continua, só que em outra dimensão. 

E é lá, do outro lado, que todos terão de prestar contas dos seus atos, pois “a cada um será dado segundo as suas obras”, como disse o Cristo. 

Ele disse mais:  

“Bem aventurados os que são perseguidos pela Justiça, pois é deles o reino dos céus”.